O boom do etanol de milho no Brasil

Nos últimos anos, o etanol de milho deixou de ser uma aposta tímida no Brasil para se tornar uma realidade sólida e estratégica.

O boom do etanol de milho no Brasil: panorama atual e projeções para o setor

Nos últimos cinco anos, o país triplicou a produção desse biocombustível, que passou de 840 milhões para 5,2 bilhões de litros, de acordo com dados da União Nacional do Etanol de Milho (Unem). Hoje, o etanol de milho já representa cerca de 23% de toda a produção nacional de etanol.

As projeções para os próximos anos indicam que esse percentual pode chegar a 40% até 2035, consolidando o Brasil como um dos líderes globais na produção de etanol a partir de milho.

Fatores que impulsionam o crescimento

O crescimento do setor está diretamente ligado a fatores estruturais e estratégicos:

  1. Disponibilidade de matéria-prima: o milho da segunda safra (safrinha), amplamente cultivado no Centro-Oeste, permite maior aproveitamento da terra e estabilidade de oferta.
  2. Infraestrutura moderna: as novas usinas utilizam tecnologias avançadas, com foco em eficiência energética e cogeração de energia.
  3. Expansão da demanda interna: com o aumento da mistura de etanol na gasolina para 30% (E30), implementado em agosto de 2025, a demanda nacional tende a crescer de forma significativa.
  4. Aproveitamento de subprodutos: além do combustível, as usinas também produzem DDG (farelo proteico utilizado na alimentação animal), gerando novas oportunidades comerciais.

Oportunidades de mercado e exportação

Além do mercado interno, o etanol de milho e seus derivados ganham espaço em novos mercados internacionais. Em 2025, a China autorizou a importação de DDG brasileiro, subproduto da produção de etanol, abrindo uma oportunidade estimada em mais de 65 milhões de dólares por ano.

Internamente, estima-se que mais de 20 novas plantas de etanol de milho estejam em fase de planejamento ou construção até 2027, com projeção de investimentos privados superiores a R$ 15 bilhões.

Sustentabilidade e eficiência

O setor do etanol de milho no Brasil tem se destacado também pela sustentabilidade. A produção nacional apresenta baixa emissão de carbono, especialmente em estados como Mato Grosso, onde se utiliza energia de fontes renováveis. As usinas também investem em tecnologias de reaproveitamento de água, captura de CO₂ e cogeração de energia com biomassa.

Essas práticas colocam o Brasil em posição favorável no debate internacional sobre descarbonização e transição energética, ampliando sua competitividade no cenário global.

Perspectivas para os próximos anos

Com uma combinação de incentivos regulatórios, avanços tecnológicos e abertura de novos mercados, o etanol de milho deve ocupar um papel cada vez mais estratégico na matriz energética brasileira. O crescimento sustentável do setor é visto como essencial não apenas para garantir segurança energética, mas também para fortalecer a posição do Brasil como referência internacional em biocombustíveis.

Alcale

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